GREGÓRIO DE MATOS
Mancebo sem dinheiro, bom barrete,
Medíocre o vestido, bom sapato,
Meias velhas, calção de esfola-gato,
Cabelo penteado, bom topete.
Presumir de dançar, cantar falsete,
Jogo de fidalguia, bom barato,
Tirar falsídia ao Moço do seu trato,
Furtar a carne à ama, que promete.
A putinha aldeã achada em feira,
Eterno murmurar de alheias famas,
Soneto infame, sátira elegante.
Comer boi, ser Quixote com as Damas,
Pouco estudo, isto é ser estudante.
Senhoritas e senhoritos, gostaria que vocês comentassem este soneto de Gregório. Talvez sirvam de guia para os comentários os seguintes questionamentos.
a) Que palavras do texto vocês não conhecem?
b) Os versos do texto estão na ordem direta ou inversa?
c) Que figuras de linguagem constantes no estilo Barroco estão presentes no texto?
d) Interpretem e discutam o texto: sobre o que o eu-lírico fala?
e) O soneto é lírico, religioso ou satírico? Por quê?
abração do tio